Cláudio Torres esteve na Biblioteca Pública de Évora, na quinta-feira, dia 29 de Janeiro. A vinda de um dos arqueólogos mais reconhecidos do país à BPE aconteceu por ocasião da actividade "Leituras das Ciências, Artes e Sociedade", um programa regular de divulgação da cultura científica e promoção da leitura.
A sessão contou com uma vasta plateia, que pôde ouvir, durante quase duas horas uma verdadeira aula de Arqueologia.
Cláudio Torres comparou a Arqueologia a um livro, com a pequena grande diferença de que quando se escava é como o passar da página, só que a página que é passada destrói-se, descontextualiza-se, ficando apenas o registo escrito.
O arqueólogo falou sobretudo da construção da memória e do papel de salvaguarda do património actualmente atribuído ao arqueólogo. Se antes a arqueologia era pensada por meio de grandes campanhas, onde se determinava o sítio, se escavava intensamente durante um período e depois se levavam as peças, descontextualizando-as e sem explicar às comunidades locais o que se extraiu e o que significava, hoje a arqueologia passa por construir memória e explicar o significado do que se encontrou à comunidade local e aos outros. Disso é exemplo Mértola, uma vila no Baixo Alentejo onde a partir do pós-25 de Abril se começou a construir a identidade de uma comunidade assente no seu passado histórico, articulando o projecto do Campo Arqueológico em estreita ligação ao poder politico local.
No papel, ficou uma bibliografia pelo arqueólogo recomendada, para quem quiser dar os primeiros passos na área.
Nesta actividade participaram já nomes ilustres de várias áreas científicas, como Carlos Fiolhais, que nos falou de Física, Daniel Sampaio, que falou de Psiquiatria, Máximo Ferreira, que falou de Astronomia, Paquete de Oliveira, da área da Sociologia, Viriato Soromenho Marques, que nos falou de Ambiente, ou Nuno Crato que falou de Matemática.
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