02 julho 2008

Conferência: "História da Leitura no Brasil"


O Prof. Nelson Shapochnik da Faculdade de S. Paulo, deu-nos a honra da sua presença na Biblioteca Pública de Évora, na conferência que se realizou no dia 26 de Junho pelas 18h.

Segundo o Prof. Nelson a leitura brasileira possui alguma tradição que remonta aos anos 1940-50, época em que as Associações brasileiras de Literatura Comparada publicavam os seus textos críticos em revistas, jornais e crónicas. Dentro dessas associações destacam-se alguns escritores e críticos brasileiros, como José Brito Broca e Raimundo de Magalhães Júnior que foram auto-didactas e pioneiros na forma como abordavam a leitura no Brasil.

De acordo com alguns dos seus ensaios literários havia três tipos de leitores: o ingénuo, o sensual e o ideal. O leitor ingénuo é aquele que salta capítulos para chegar ao fim da história. O leitor sensual é aquele que acha que todos os capítulos são "autênticas viagens de leitura" e que o fim da história não é parte mais importante. O leitor ideal é aquele que sabe interpretar a mensagem do autor na obra.

Durante esta época dita "livresca" os críticos brasileiros detinham um papel crucial na sociedade, porque pretendiam estimular os leitores para uma boa leitura. Esses críticos brasileiros afirmavam que "cada leitura é unica" e como tal é esta uma "acção do presente". O Prof. Nelson afirmou ainda que nos anos 1940-50 era usual entre os leitores afirmarem "diz-me qual a editora que lês e eu te direi quem és" para fazerem a distinção entre as editoras existentes e os escritores mais lidos pelo público.

Nos anos 70, e de acordo com as estatísticas das bibliotecas brasileiras, os leitores brasileiros demonstravam a sua preferência por escritores estrangeiros tais como: Alexandre Dumas, Miguel Cervantes, Alexandre Herculano, no entanto também havia uma certa afluência por escritores menos conhecidos internacionalmente. Existia uma certa circularidade na Leitura.

O Prof. Nelson concluiu a sua intervenção afirmando que a leitura no Brasil transcende fronteiras físicas e que o livro deixou de ser um mero "objecto de prateleira" de alguns elitistas, para se tornar num "objecto de consumo para todos".

1 comentários:

Anónimo disse...

Obrigada pelos resumos. É importante para quem, como eu, não pode estar presente. Continuem a dar-nos notícias dos vossos eventos. Tina

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